Há muitas razões para duvidar que o governo dos EUA possa emitir uma declaração tão categórica sobre sua posição em relação a esse flagelo, disse Rodriguez em sua conta no Twitter.
Em declaração publicada na segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores disse que, como país vítima do terrorismo, Cuba deplora qualquer manifestação de manipulação e oportunismo político ao lidar com um assunto tão sensível.
Assim, o Ministério das Relações Exteriores rejeitou sua inclusão na lista de países que «não cooperam» com os esforços antiterroristas dos Estados Unidos por causa da presença aqui de membros do Exército de Libertação Nacional (ELN), reiterando ao mesmo tempo seu apoio à paz colombiana.
A acusação dos EUA da presença do ELN é frágil e desonesta, «sem sentido e facilitada pela atitude ingrata do governo colombiano».
Ele sublinhou que Cuba tem invariavelmente mantido seu apoio à paz da nação sul-americana como garante e local do processo de paz com o ELN e anteriormente com as ex-Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP).
Esta lista de países, divulgada pelo Departamento de Estado em 13 de maio, é unilateral, arbitrária e sem qualquer base, autoridade ou apoio internacional, reiterou o Ministério das Relações Exteriores.
No texto, ele ressaltou que só serve para difamar e coagir países que se recusam a cumprir a vontade do governo dos EUA em suas decisões soberanas.
Quanto ao argumento utilizado, ele lembrou que membros do ELN e do governo colombiano chegaram a Cuba em maio de 2018 como parte do processo de paz, depois que o Equador abandonou repentinamente seu status como local para as conversações.
Esse processo, que começou em 2017 em Quito sob o último mandato do presidente Juan Manuel Santos, continuou com seu sucessor, o atual líder colombiano Ivan Duque, dando origem a várias trocas até janeiro de 2019.
A declaração explicou que o governo colombiano também decidiu desconsiderar o Protocolo de Ruptura assinado em 2016 com o ELN e os países que haviam garantido as negociações: Cuba, Brasil, Chile, Equador, Venezuela e Noruega.
Este protocolo estabeleceu o retorno seguro da delegação guerrilheira à Colômbia em caso de interrupção do diálogo, e sua rejeição representa uma violação dos compromissos assumidos pela nação sul-americana com outros seis Estados signatários, afirma o texto.
A este respeito, esclareceu que, devido à não aplicação deste Protocolo, os membros da delegação de paz do ELN ainda permanecem no país.
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