A solicitação pretende descobrir se o sistema imunológico diminui e a que ritmo, sobre a base de possíveis cenários de propagação do vírus, pois ainda que o distanciamento social pode evitar muitos casos de contágio, a infecção pode ressurgir uma vez levantadas estas medidas, recarregando de novo os hospitais.
Um estudo de pesquisadores dessa universidade sobre ‘A dinâmica de transmissão e a modelagem de novas estratégias de distanciamento social’, publicado pela revista Science, propõe que a incidência total até 2025 do SARS-CoV2 dependerá da duração da imunidade.
Segundo os autores, são necessárias medidas repetidas de distanciamento social para manter níveis manejáveis de hospitalização e mortes pela Covid-19 durante vários anos, ao menos até 2022.
Tais ações medidas aplicadas de forma pontual sejam talvez insuficientes para manter os casos dentro dos limites da capacidade de cuidados intensivos, inclusive em países desenvolvidos como Estados Unidos, explicou Stephen M. Kissler, um dos especialistas que dirigiu a pesquisa.
Em sua opinião, na ausência de outros tipos de tratamentos, parecem necessários os períodos de distanciamento social intermitentes.
Para a equipe da Harvard, o fator essencial que modula a incidência do vírus nos próximos anos é a velocidade com que a imunidade do vírus cai, um fator que ainda está por ser determinado.
Seus integrantes afirmam que «as novas terapias poderiam aliviar a necessidade de um distanciamento social rigoroso, mas em sua ausência, a vigilância e o afastamento intermitente teriam que se manter até 2022».
Nesse sentido, consideram que isto daria tempo para que os hospitais aumentassem a capacidade de seus cuidados intensivos e permitiria que a imunidade da população aumentasse.
Segundo Mark Woolhouse, professor de Epidemiologia de Doenças Infecciosas da Universidade de Edimburgo, trata-se de um excelente estudo que utiliza modelos matemáticos para explorar a dinâmica da Covid-19 durante vários anos.
No entanto, opina que é importante reconhecer que se trata de um guia, coerente com os dados atuais, mas baseado em uma série de supostos que ainda estão por ser confirmados.
Além disso, terá que se levar em consideração que outras intervenções adicionais, como a ampliação da capacidade dos cuidados intensivos e uma terapia eficaz com remédios ou vacinas, melhorariam o sucesso do distanciamento intermitente e acelerariam a aquisição da imunidade por parte da população, concluiu Woolhouse.
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