Havana, 9 jul (Prensa Latina) Desde o triunfo da Revolução cubana em 1959, a ilha é branco de ataques terroristas organizados desde Estados Unidos, com o conhecimento de agências do cumprimento da lei que operam hoje nesse país.
Esta é uma das denúncias que traz a delegação de Cuba à Semana Virtual contra o Terrorismo, que seciona em ONU de forma virtual até a próxima sexta-feira.
Os atos de terrorismo de Estado contra a maior das Antilhas têm custado a vida a 3 mil 478 pessoas e causaram mutilações a outras 2 mil 99, segundo cifras da missão cubana ante Nações Unidas.
Um dos mais recentes atos terroristas denunciados pelo Governo de Havana ocorreu faz poucos meses em território de Estados Unidos: a embaixada da ilha em Washington.
O passado 30 de abril, essa legação foi atacada por um indivíduo com um rifle de assalto semi-automático: ataque terrorista que pôs em perigo as vidas e a segurança do pessoal dessa embaixada e suas famílias.
De fato, segundo informaram as autoridades de Havana, no momento da agressão estavam presentes 10 diplomatas cubanos no edifício.
O autor do atentado foi detido por autoridades locais no lugar da feitos –conduta rápida e profissional reconhecida publicamente por Cuba– e ainda permanece baixo seu custodia.
Mas ainda que já decorreram dois meses do atentado, o Governo de Estados Unidos ainda é incapaz de condenar o fato e reconhecer seu caráter terrorista, como denunciou nesta semana em ONU a representante permanente alternada de Cuba ante o organismo multilateral, Ana Silvia Rodríguez.
Washington também se abstém de tomar ações contra pessoas e grupos terroristas arraigados em seu território, que incitam à violência contra Cuba e suas instituições, agregou.
Os grupos e indivíduos que cometem atos terroristas contra a ilha têm operado por anos e continuam o fazendo com impunidade em território estadunidense, observou.
Ademais, precisou a diplomata, as agências do cumprimento da lei do Governo de Estados Unidos são plenamente conscientes disso.
Enquanto, os discursos e mensagens de ódio promovidos pelas administrações norte-americanas seguem alentando ações terroristas contra a ilha, recalcou a embaixadora.
Rodríguez expressou grande preocupação pela prática de alguns Governos, como o norte-americano, de utilizar mensagens de ódio e discriminação em seus discursos contra as nações cujos sistemas políticos não lhe são afines.
Como consequência, sublinhou, se promove e alenta a sujeitos extremistas e sem escrúpulos a cometer atos terroristas contra pessoas inocentes. Esses dobros raseiros, a manipulação, o oportunismo político e a seletividade na luta contra o terrorismo só impedem acabar com esse flagelo que tanto danifico causa às pessoas, advertiu a representante cubana.
Ao respeito, recusou a unilateral e arbitrária inclusão de Cuba na lista do Departamento de Estado norte-americano de países que supostamente não colaboram plenamente com seus esforços antiterroristas.
Cuba, por sua vez, registra dolorosamente em seu historiografia uma longa lista de ações terroristas promovidas por Washington.
Entre os primeiros atos terroristas cometidos depois do triunfo da Revolução cubana encontram-se a voadora do Vapor A Coubre, em porto de Havana, o 4 de março de 1960.
Também o sabotagem à então loja O Encanto, o 13 de abril de 1961, um ato organizado por contra-revolucionários e apoiados financeira e tacticamente pelo Governo de Estados Unidos, segundo denunciou Cuba.
Um dos crimes que mais comocionaram à ilha foi o atentado terrorista contra o vôo CU-455 da companhia aérea Cubana de Aviação, com 73 pessoas a bordo, enquanto sobrevoava Barbados, ocorrido o 6 de outubro de 1976.
Seus autores, Orlando Bosch e Luis Posada Carriles, viveram seus últimos anos gozando da proteção do Governo estadounidense.
Há um amplo historial de sérios atos violentos e hostis, incluídas agressões terroristas contra diplomatas cubanos designados em Estados Unidos, tanto na sede de Washington como na missão da ilha ante a ONU.
O diplomata cubano Félix García Rodríguez, acreditado ante Nações Unidas, foi assassinado em Nova York o 11 de setembro de 1980.
Ainda na atualidade, a missão da ilha ante Nações Unidas é assediada em vários momentos do ano por grupos anti-cubanos que lançam ameaças e obstruem o normal funcionamento dessa legação diplomática.
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