«A fritura do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, é típica de um governo como o de Bolsonaro, no qual a lógica cartesiana (verdade que não pode ser questionada) geralmente é contradita por outras condições. Por causa do perfil psicológico do presidente e / ou por suas crenças ideológicas, a família e as pessoas ao seu redor «, diz a carta.
Os ex-militares rejeitam a quarentena como forma de coibir a disseminação da pandemia de coronavírus SARS-CoV-2, uma medida defendida por Mandetta (ameaçada de demissão) e pelos governadores de estados importantes como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Por outro lado, o artigo descreve como ilógico e contra a inteligência atacar a China, o maior parceiro comercial do país e de quem o Brasil precisa de ajuda para enfrentar a epidemia de coronavírus.
Mas, nesse tipo de mundo paralelo, acrescenta o texto «, o congressista Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, critica a China e o ministro da Educação, Abraham Weintraub, o segue e coloca na Internet um jogo de mau gosto e má fé com os chineses».
A extensa nota insiste que Bolsonaro não se importa «com os assuntos do governo e do Estado, apenas com suas crenças sectárias».
«De qualquer maneira, haverá uma grande crise econômica, mas seu governo tornará a situação mais séria se você demorar demais, permitindo o que está acontecendo nos Estados Unidos, na Itália e na Espanha. Seus governos demoraram a se convencer de que devem fazer um isolamento social rígido» , observa o comentário em segundo plano.
Ele alerta que o norte da Itália antecipou o que poderia acontecer no Brasil: a morte de um grande número de idosos infectados por filhos e netos no caminho de casa para o trabalho. «O destino de inúmeras famílias pobres pode ser decidido com a caneta de Jair Bolsonaro», enfatiza O Globo.
Analistas estimam que sinais de divisão estão surgindo no governo e alguns especulam sobre cenários futuros, como um possível impeachment contra o presidente ou um «golpe suave» pelos militares a ser assumido pelo vice-presidente, o general aposentado Hamilton Mourão.
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