sábado 23 de noviembre de 2024

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Impronta humanista de Cuba em territórios indígenas de Venezuela

Caracas (Prensa Latina) Até as remotas terras habitadas pelas comunidades indígenas da etnia pemón em Venezuela chega a impronta da missão médica cubana no confronto à pandemia de Covid-19.

Os povos originários que residem no município de Grande Sabana, ao sudeste do oriental estado de Bolívar, recebem com beneplácito às equipes especializadas de colaboradores da ilha, em momentos quando mais de uma centena de seus povoadores resultaram diagnosticados como positivos ao novo coronavirus.

No dia começa temporão para os galenos, quem atravessam longas distâncias e abruptos caminhos durante um trajeto colmado de atrativos visuais até chegar a aldeias como Chirikayen, no Parque Nacional Canaima, reserva biológica declarada Patrimônio da Humanidade em 1994.

Os membros da primeira brigada do contingente Ernesto Guevara vão acompanhados de forças de segurança e autoridades venezuelanas desde Santa Elena Uairén, cidade fronteiriça com Brasil onde laboram no primeiro frente de contenção da Covid-19.

Protegidos de pés a cabeça com espejuelos, escafandras, luvas e todos os meios de biosegurança necessários, médicos, pessoal de enfermaria e laboratório clínico vão ao encontro intercultural onde a prioridade é a saúde de seres humanos.

As miradas cruzam-se no lugar definido pela população aborígene para o recebimento, e as boas-vindas devém ritual de agradecimento por parte do chamán da tribo -homem ou mulher que pratica a cura mediante poderes espirituais- e o conselho dos caciques.

Depois do respeitoso intercâmbio de cumprimentos, a comunidade indígena recebe uma jornada de atenção integral de despistaje em massa por Covid-19 mediante a realização de testes rápidos e palestras sobre as medidas de prevenção da doença.

Aos grupos de risco, pessoas discapacitadas, grávidas e idosos visitam-nas em suas casas -moradias circular ou retangulares com teto de fibras vegetais e paredes de adobe- onde deixam impressões de profissionalidade e amor no nobre oficio de salvar vidas.

Os pemones demonstram receptividade ante os procederes da equipe médica, e a quem resultam positivos à prova de diagnóstico rápida (PDR) de Covid-19 explicam-lhes que esse resultado só os faz suspeitos; outro estudo confirmará a presença da doença.

EXPERIÊNCIA E CULTURA

Ao contribua profissional dos colaboradores cubanos em territórios indígenas, incorporam-se as vivências propiciadas pelo intercâmbio cultural em etnias com séculos de história e tradições.

Durante extensas jornadas de pesquisaje em comunidades como Kumarakapai, Waiparü, Warawuntu, e Waramasen, conhecem sobre costumes da etnia pemón e receberam prenda artesanais ancestrais como mostras de gratidão. Um dos galenos da maior das Antilhas, o doutor Yainer Peláez, revela sua satisfação ao se sentir útil em populações tão humildes onde “também apreciamos parte de suas tradições como dança e rituales religiosos em pequenas demonstrações de respeito para a equipe”, relata.

Um dos princípios da missão encomendada em lugares de difícil acesso da geografia venezuelana consiste em incentivar a prática sistemática das medidas de prevenção da Covid-19 de uma maneira amena e convincente.

Para isso, confessa o galeno, ante a contemplación insólita e esquiva dos meninos indígenas, acedeu em uma ocasião a se despojar momentaneamente de suas oculos protetores e a bonés com o nome de Cuba para propiciar a aproximação e estimular sua atenção.

Uma sozinha palavra em voz de seus pacientes alenta-lhes ao final do dia, quando retornam para Santa Elena; “wakupeman”, graças em língua pemón.

PELA SAÚDE DO POVO PEMÓN

Mais de 10 comunidades da etnia pemón no sudeste de Venezuela têm acolhido aos cubanos da missão Bairro Adentro em similares labores de confronto à pandemia, de acordo às medidas adotadas pelo Estado venezuelano para garantir o direito à saúde das populações indígenas.

A atenção às populações originarias no confronto à Covid-19, realiza-se com especial ênfase devido à cercania de seus territórios com Brasil, segundo país com casos positivos no mundo e onde se reporta a desatención às comunidades indígenas ante o mau manejo da pandemia por parte das autoridades.

Longe de seus habituais consultorios médicos e com a importante tarefa de fazer frente a uma doença que cobra milhares de vidas no mundo, a equipe de galenos se esfuerza ao máximo na busca de casos suspeitos e positivos.

O governo do estado de Bolívar e o Ministério para os Povos Indígenas provêem às populações que habitam no município Grande Sabana, dos recursos necessários para a prevenção do patogênico, como álcool, hipoclorito de sodio e tapabocas.

A diferença de outros povos indígenas em Latinoamérica, vulneráveis ante a atual pandemia e a escassa atenção de seus governos na prevenção e controle da doença, Venezuela ocupa-se de garantir os direitos gratuitos de saúde não só aos que residem no país sina aos que retornam desde nações vizinhas.

arb/wup/drm/glmv

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