Em uma entrevista coletiva, Zhao Lijian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, expressou profunda preocupação com essa etapa, pedindo a Washington que a reconsidere e cumpra suas obrigações diante da pandemia.
Ele enfatizou o papel insubstituível da OMS em um momento tão crítico para a saúde pública do planeta e lembrou que a falta de financiamento terá um impacto maior no seu apoio às nações com sistemas de saúde fracos.
Da mesma forma, ele destacou a vontade do país asiático de manter o apoio à organização da ONU e seu diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que desde o surto da doença busca promover a colaboração entre todos os estados do planeta.
Além de Zhao, várias vozes dentro e fora da China lamentam e alertam sobre os efeitos negativos da cessação de fundos para a OMS em meio à pandemia de Covid-19, que ainda não atingiu seu auge.
No dia anterior, o presidente dos EUA, Donald Trump, cumpriu sua ameaça e ordenou que parasse a entrega de capital, argumentando que a agência está muito focada na China e faz más recomendações durante a crise da saúde.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, indicou que não é o momento de ações coercitivas como essas, e sim um trabalho conjunto e solidariedade são essenciais para que a pandemia seja derrotada.
Por sua parte, o chefe da diplomacia alemã, Heiko Maas, insistiu em estreita cooperação e deixou de lado as acusações, depois de considerar o melhor investimento para apoiar a agência na coordenação de projetos para desenvolver e distribuir vacinas.
Da mesma forma, vários políticos democratas e o bilionário americano Bill Gates concordaram que este é um movimento perigoso da Casa Branca, porque nenhuma outra instituição pode substituir a OMS e agora é mais necessário do que nunca.
Enquanto isso, o especialista chinês Zeng Guang apreciou a decisão antiética e previu que apenas levaria mais os Estados Unidos ao isolamento.
O país norte-americano contribui com 22% dos fundos da Organização Mundial da Saúde.
mem / ymr / bm