Queremos que a UE e a Alemanha cumpram a lei internacional no caso do blogueiro da oposição, declarou o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, no clube de discussão política «Valdai».
Existe uma convenção sobre assistência jurídica em processos judiciais, existe uma convenção europeia e vários protocolos anexos e apelamos a Berlim para que cumpra esses instrumentos de direito internacional, sublinhou o ministro.
No caso de Navalny, que a Alemanha considera ter sido alvo de um ataque químico, pelo qual responsabiliza a Rússia, a Procuradoria-Geral deste país enviou aos seus homólogos alemães pelo menos sete pedidos de materiais de investigação no âmbito de uma colaboração judicial.
Moscou indica que realiza uma investigação antes da abertura oficial de um processo judicial no caso do oponente, mas para isso precisa ter resultados de laboratório e outros testes para abrir um caso que possa ser levado a tribunal.
Berlim optou apenas por enviar materiais coletados em laboratórios militares alemães, na Suécia e na França, para a Organização para a
Proibição de Armas Químicas (OPAQ), em vez de colaborar com a Rússia.
Mas mesmo depois que a OPAQ não conseguiu confirmar a presença de um produto químico proibido nos testes feitos a Navalny, a UE estendeu ontem as sanções vinculadas ao caso daquele oponente.
Falando das próprias regras do Ocidente, acima do direito internacional, Lavrov destacou que os Estados Unidos de forma alguma querem restringir sua liberdade de ação no cenário mundial, sem compromissos com acordos internacionais.
“Washington simplesmente não quer cumprir nenhum acordo que limite de alguma forma sua liberdade de ação na arena internacional, econômica, comercial, de investimento ou qualquer outra. Seus métodos são sanções, chantagem e ultimato”, afirmou.
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