Na cidade do Lubango, capital da província da Huíla, no sul, realiza-se hoje um fórum sobre o tema, promovido pela Rede de Ação para o Desenvolvimento Rural (ADRA), cujos participantes apelaram à criação de plataformas de diálogo permanentes para abordar diversos problemas de uma perspectiva de gênero.
Para a agente de primeira classe da Polícia Nacional Nara Martinho, as mulheres deveriam ter mais oportunidades para apresentar soluções aos problemas relacionados com a Covid-19, “empoderando-as mais, deixando-as mostrar o que pensam”, noticiou o Jornal de Angola.
O evento da ADRA convocou intercâmbios frequentes nas comunidades para discutir questões relacionadas à pandemia e levar em consideração a situação das mulheres, incluindo a violência doméstica.
Os vendedores ambulantes, aqui chamados de «zungueiras», correm riscos adicionais, uma vez que a comercialização é feita nas ruas e muitos deles são acompanhados por crianças pequenas, afirmou a professora Marcelina Cortez e representante da Associação de Apoio às Jovens Mulheres da Huíla, Alice Silvestre.
Na opinião da coordenadora municipal da ADRA de Caluquembe, Elisa Lucamba, é também necessário avançar na diversificação do mercado e aumentar a aposta na produção nacional, de forma a evitar a escassez de produtos e a subida dos preços.
O fórum não apenas discute questões específicas relacionadas à atual pandemia, mas também analisa programas para promover e salvaguardar os direitos das mulheres, destacou o jornal.
Em Outubro deste ano, a primeira-dama angolana, Ana Dias Lourenço, instou os órgãos executivos a melhorarem substancialmente e de forma sustentável o apoio às mulheres rurais, visto que são o principal motor da família e da economia rural no geral.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística, a população feminina nestas áreas representa um universo de mais de 5,3 milhões de pessoas, o equivalente a 18,6 por cento da população do país, estimada em mais de 30 milhões de habitantes.
A promoção de políticas públicas nas áreas de educação, saúde e acesso à tecnologia deve ajudar a melhorar a situação, disse a Primeira-Dama.
Segundo Dias Lourenço, o agronegócio deve ser regenerado para dotar as comunidades de capacidades próprias, aumentando os investimentos e diversificando as modalidades de financiamento aos produtores.
A Agenda 2063 da União Africana, lembrou ele, estabelece que até 2030 pelo menos 30 por cento das mulheres devem ter títulos de propriedade; Isso deve incluir o acesso ao cadastro de propriedades rurais para facilitar, ao mesmo tempo, a inclusão financeira das famílias camponesas.
Segundo a secretária de Estado da Família e Promoção da Mulher, Elsa Barber dos Santos, os trabalhadores rurais são responsáveis por 80 por cento da produção de alimentos e matérias-primas do país, portanto, a educação e a formação técnica são ferramentas fundamentais.
Embora esta nação africana esteja passando por uma crise econômica, agravada pela Covid-19, há um acentuado interesse institucional em atender às necessidades específicas das mulheres, conforme indicado por análises e programas governamentais.
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