De acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS), ainda que em maio houve uma recuperação de cerca de 1,8%, as quedas vertiginosas do PIB em março (6,9%) e abril (20,4%) são responsáveis pela média trimestral reportada nesta terça-feira.
Em maio, a economia era um quarto menor que em fevereiro, afirmou o vice-diretor de Estatísticas Econômicas da ONS, Jonathan Athow, ao explicar que apesar das vendas recorde do comércio varejista durante essa etapa, muitos outros serviços se viram seriamente afetados pelas restrições derivadas do confinamento.
O especialista destacou também que a recuperação de maio, quando os trabalhadores do setor manufatureiro e da construção começaram a voltar ao trabalho, também esteve por abaixo das previsões, pois o crescimento foi de apenas 1,8%.
Athow agregou que com o levantamento de mais restrições e a reabertura de mais negócios, espera-se um melhor comportamento da economia em junho, mas explicou que ainda é «cedo demais» para dizer.
Temos um mês com estatísticas firmes e alguns indicadores que sugerem que junho poderia ser mais forte, mas ainda falta um longo caminho por andar, e ainda estamos tentando determinar quais são as melhores estatísticas para entender todo o quadro, afirmou.
Depois de impor o confinamento no dia 23 de março, o governo conservador do primeiro-ministro Boris Johnson destinou valores multimilionários para ajudar as empresas privadas, e até assumiu o pagamento de 80% dos empregados do setor para evitar as demissões em massa.
O ministro de Fazenda, Rishi Sunak, advertiu os britânicos na semana passada que apesar da enorme despesa pública orçada pelo Executivo para enfrentar a crise provocada pela pandemia de Covid-19, ainda «virão tempos difíceis».
Estamos, como já disse antes, entrando em uma grande recessão. Sabemos que isso é o que está acontecendo agora, admitiu então o funcionário público, em declarações ao canal Sky News.
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