Isso ocorre no momento em que uma ampla campanha internacional defende a concessão do Prêmio Nobel da Paz a médicos cubanos do Contingente Internacional de Médicos Especializados em Situações de Desastres e Epidemias Graves Henry Reeve.
A proposta legislativa acima mencionada junta-se às inúmeras ações tomadas até hoje em Washington para afetar a solidariedade médica da ilha.
Apresentado pelos senadores Rick Scott, Marco Rubio e Ted Cruz, o projeto pede ao Departamento de Estado que publique a lista de países que têm contratos com o governo cubano para o seu programa de missões médicas.
De acordo com a iniciativa, a entidade federal deve considerar o fato de ser um país que recebe essa ajuda cubana como um fator quando se trata de classificar países em seu relatório anual sobre tráfico de pessoas.
Os territórios incluídos no nível três do relatório unilateral do Departamento de Estado podem estar sujeitos a restrições potenciais a certos tipos de ajuda externa dos Estados Unidos e a outros fundos norte-americanos e multilaterais, lembrou o texto.
O objetivo deste projeto, batizado de corte de lucros da Lei do Regime Cubano, é interromper a renda recebida pelo país caribenho por meio das brigadas de profissionais de saúde, elogiadas por muitos Estados e organizações internacionais. De acordo com o texto do projeto, os países anfitriões dos médicos cubanos estariam isentos de sanções relacionadas ao “tráfico de seres humanos” se atenderem a certos requisitos impostos por Washington, incluindo que os pagamentos aos médicos sejam feitos em tempo hábil direta e não através do governo ou de uma organização patrocinadora.
A introdução desta semana do projeto legislativo mencionado vem após uma longa lista de ações do governo Donald Trump contra as brigadas médicas cubanas, que se intensificaram em meio à luta nacional e internacional da ilha contra a pandemia do Covid-19.
Em 10 de junho, o Secretário de Estado americano, Mike Pompeo, atacou a Organização Pan-Americana da Saúde por seu papel de intermediário na colaboração médica cubana no Brasil.
Da mesma forma, o próprio Pompeo questionou em maio as condições de trabalho dos médicos cubanos, celebrou países que, sob pressão de Washington, retiraram médicos da ilha de seus territórios e pediram a outros beneficiários da colaboração cubana que rejeitassem essa ajuda.
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