Em uma declaração tornada pública, o MAS baseou sua recusa no papel que esta instituição desempenhou nas eleições de 2019, quando um relatório preliminar declarou o processo fraudulento, dando assim luz verde à oposição política para forçar violentamente a renúncia do presidente eleito, Evo Morales.
Devido a sua cumplicidade com o golpe de Estado, o MAS considera antiética a participação da referida missão nas eleições convocadas para 6 de setembro, onde os bolivianos elegerão um novo presidente e vice-presidente da República, bem como senadores, deputados e autoridades departamentais e locais.
O comunicado destaca os resultados de várias investigações que lançaram fora o relatório da OEA sobre as eleições de 2019, afirmando que ele foi inconclusivo, assim como tendencioso e subjetivo.
Também afirma que as ações questionáveis da missão da OEA e o resultado de sua gestão são motivos de «luto e dor entre o povo boliviano», consequências da repressão das manifestações pacíficas contra o golpe de Estado, que deixou dezenas de mortos e centenas de feridos.
Eles também apontam a perseguição política daqueles que se identificam com o MAS e as tentativas de desqualificar seus candidatos para as eleições, onde são listados como favoritos de acordo com as pesquisas oficiais.
Finalmente, esta força política condena o sequestro da democracia no país andino-amazônico pelo governo de facto, que culpam pelos reveses visíveis em quase seis meses em questões econômicas, sociais, culturais, de direitos humanos e institucionais.
A declaração afirma que se a OEA mantiver sua posição desestabilizadora será vista como «uma provocação» aos bolivianos, e acrescenta que o processo eleitoral poderá ser acompanhado por outras organizações internacionais até a proclamação das novas autoridades democraticamente eleitas.
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